Resumo
As extrações dentárias causam um processo fisiológico de reabsorção no osso alveolar que pode ser uma desvantagem para quem planeja a reabilitação com implantes, modificando a quantidade e altura do osso. Entretanto, as pesquisas desenvolveram a enxertia óssea, possibilitando a produção de ciência sobre os implantes osseointegrados, substituindo dentes que foram removidos, gerando a necessidade de novidades sobre as técnicas de reconstrução óssea, já que a reabilitação com implantes só é possível na presença de bases ósseas adequadas para suportar as forças da mastigação (SOBREIRA et al., 2011).
Na busca da neoformação do tecido ósseo que foi reabsorvido por dentes perdidos, a Regeneração Óssea Guiada (ROG) foi introduzida como um modo de terapia com o uso de membranas (DAHLIN et al., 1988). A definição de ROG foi feita com base nos princípios da regeneração tecidual guiada, onde tipos de tecidos se regeneram quando células regenerativas estão presentes durante o processo de cicatrização no defeito ósseo (CORTELLI et al., 2005; AYUB et al., 2011).
O mecanismo de formação óssea pode ser influenciado por diversas maneiras, e uma das, é com o uso de biomateriais presentes no momento da reparação do defeito no tecido ósseo, com isso, considerando o paciente saudável com o sítio de tecidos saudáveis, o tecido se reconstrói em cerca de 3 meses. Com o uso de biomateriais que podem influenciar esse preparo, como substitutos ósseos, é aconselhável esperar mais tempo para permitir a substituição do biomaterial por osso novo (PILGER et al., 2018).
O processo fisiológico de reabsorção óssea que ocorre em largura e/ou altura pode ser causado por doenças periodontais, traumas crônicos, traumas associados ao uso de prótese e exodontias. Quando se planeja a reabilitação por implantes dentários e o paciente tem essa perda óssea de altura e/ou largura, se não for planeado ROG previamente ou durante a colocação dos implantes, essa reabsorção pode impedir a reabilitação (PILGER et al., 2018).
A busca por um material semelhante ao osso autógeno, que é considerado o padrão ouro na implantodontia, com o propósito de diminuir a morbidade causada pelas técnicas cirúrgicas necessárias, fez com que as pesquisas científicas produzissem materiais feitos em laboratório. Vários materiais foram desenvolvidos, entre eles: enxertos homógenos, xenógenos, membranas biológicas, vidros bioativos e derivados da hidroxiapatita (FARDIN et al., 2010).
O osso autógeno enxertado, diante das prioridades apresentadas, é considerado o “padrão ouro” na regeneração óssea em virtude de suas capacidades ostegênicas, osteoindutivas e osteocondutivas. Pensando em diminuir a morbidade após cirúrgica da técnica do enxerto autógeno causado pela necessidade de uma área doadora, diversas empresas estão desenvolvendo biomateriais substitutos para o osso (PILGER et al., 2018). Dos biomateriais entre as pesquisas desenvolvidas, hoje temos os biomateriais xenógenos, que são derivados de outras espécies. Esse tipo de biomaterial tem removido, em sua produção, componentes orgânicos totalmente retirados, evitando alguma reação imunológica. A fonte mais comum de hidroxiapatita xenógena é o osso de origem bovina, funcionam como uma estrutura sobre a qual as células osteogênicas e células produtoras dos vasos sanguíneos migram para a neoformação óssea (PILGER et al., 2018).
O tratamento de reabilitação oral com implantes dentários é uma alternativa que se tornou uma escolha para os pacientes nas últimas décadas que perderam os dentes parcialmente ou são edêntulos totais. O período de cicatrização dos alvéolos entre 6 e 12 meses, no final da década de 80, era considerado como a melhor opção. Com isso, técnicas alternativas que se propõe em colocar materiais no momento da extração dentais ou precocemente, em média entre 4 e 8 semanas após a extração (BUSER et al., 2008), permitindo a cicatrização do tecido mole (AYUB et al., 2011).