Resumo
A má oclusão de Classe III, cuja incidência varia entre 4 a 14%, apresenta diagnóstico e tratamento desafiadores (KAPADIA et al., 2014). Com relação aos aspectos psicológicos, os pacientes portadores da má oclusão de Classe III são os que os que apresentam os níveis mais baixos de auto-estima (GRABER; LUCKER, 1980; NICODEMO et al., 2008).
Por possuir uma etiologia multifatorial, o tratamento da má oclusão de Classe III esquelética representa um grande desafio (BATTAGEL, 1993; CHANG; KINOSHITA; KAWAMOTO, 1992). Os pacientes que apresentam essa discrepância, na maioria dos casos, exibem uma compensação dentoalveolar ao início do tratamento, com a vestibuloversão dos incisivos superiores e a linguoversão dos incisivos inferiores (ELLIS; MCNAMARA, 1984). Durante a fase de crescimento, a abordagem de tratamento com expansão rápida da maxila seguida de protração com máscara facial exibe grande efetividade para este tipo correção, tendo em vista que auxilia na diminuição da discrepância esquelética anteroposterior (CHA KS, 2003; NGAN. YIU, 2000). Na fase adulta, o paciente dispõe de duas modalidades de tratamento: 1) uso de de aparelhos fixos e 2) cirurgia ortognática (FIGUEIREDO et al., 2007; GODT et al., 2008; LEIN-SALAZAR et al., 2009) Na prática clínica, muitos pacientes adultos são relutantes quanto ao tratamento cirúrgico para correção da Classe III esquelética. Isso acontece, em grande parte, devido aos custos e riscos que envolvem esse tipo de tratamento. Para estes pacientes, o uso de aparelhos fixos é uma alternativa que pode apresentar resultados satisfatórios, sem cirurgia. (JANSON et al., 2005; STELLZIG – EISENHAUER; LUX; SCHUSTER, 2002).