Resumo
A origem da agenesia dentária pode ocorrer por uma falha na proliferação e/ou diferenciação da lâmina dentária. Além desta teoria, existem outras que procuram esclarecer a ocorrência destes fenômenos. Para alguns estudiosos como MONTES et al. (2015), além do fator evolutivo, outros fatores causadores destas anomalias têm sido sugeridos como, por exemplo: a radiação, associação com síndromes, fatores hereditários, fatores ambientais e fatores genéticos.
Sua prevalência e o grupo de dentes mais afetados são: os terceiros molares, seguido dos pré-molares e incisivos laterais superiores. Neste caso clínico, em que ocorre a agenesia de segundos pré-molares bilateralmente, tanto os superiores quanto os inferiores, pesquisamos na literatura, e detectamos que a prevalência varia de 2 a 5 %, sendo mais comum sua ocorrência na mandíbula, além disso, não foi verificada nenhuma diferença em relação ao gênero masculino e feminino quanto ao número de pré-molares ausentes, lados afetados ou simetrias das agenesias.
Dentre os tipos de anomalias dentárias, existem as de tamanho, forma, estrutura, irrupção e número de dentes (RODRIGUEZ et al., 2014). Cotidianamente, na clínica ortodôntica, observamos a presença frequente de anomalias de número, seja ela com alterações, que levam à ausência de dentes (agenesia), ou a um número excedente de dentes (supranumerários),tornando o tratamento ortodôntico bastante desafiador para os profissionais da área. Estes tipos de anomalias de número podem passar despercebidas, tanto para o paciente quanto pelos seus responsáveis cuidadores, bem como pelo próprio profissional, até o momento da realização de exames complementares como é o caso da radiografia panorâmica, que é o exame radiográfico mais utilizado por ser, nestes casos, bastante eficiente, com menor dose de radiação, custo e tempo para obtenção do resultado, proporcionando uma excelente visualização das patologias aqui estudadas.
Além da estética que tanto preocupa os pacientes, a ausência de um ou mais elementos estão associados a outros problemas ortodônticos, como, por exemplo, apinhamento (falta de espaço, neste caso, apresentada nas arcadas superior e inferior), diastemas, giro-versões, reabsorções radiculares, impactação dentária, formações císticas e desenvolvimento de maloclusão (RODRIGUEZ et al., 2014).
Nos casos de agenesia, as opções de tratamento incluem: manter os segundos molares decíduos, que é indicado quando há deficiência de espaço, ou seja, onde o fechamento de espaço é desfavorável, com a presença de overbite exagerado, espaços generalizados entre os dentes ou quando o ângulo do plano mandibular está diminuído; ou extrair os molares temporários e permitir o fechamento espontâneo, implantes com substituição protética e fechamento de espaços via tratamento ortodôntico.
A extração dos molares temporários e posterior encaminhamento para reabilitação via implante e prótese é ilustrada neste relato de caso. Desta forma, o profissional terá de adotar uma criteriosa conduta no tocante ao planejamento e procedimentos a serem adotados, objetivando um desempenho favorável para a estética e a função do sistema estomatognático do paciente.
O objetivo deste trabalho será mostrar um relato de caso clínico com ausência (agenesia) bilateral de segundos pré-molares superiores e inferiores e, somando a isto, a deficiência de espaço (apinhamento) em ambas as arcadas.