Resumo
O medo e a ansiedade são frequentes na clínica odontológica, e o tratamento odontológico pode ser considerado um sério problema para pacientes odontofóbicos (CANDIDO et al. 2015). O termo ansiedade tem várias definições nos dicionários: aflição, angústia, perturbação causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, dentre outros. Muitos pacientes quando submetidos a tratamento odontológico relatam uma condição geradora de estresse e de ansiedade (MORAES; COSTA JUNIOR; ROLIM, 2004; POSSOBON; CAETANO; MORAES; 1998; POULTON et al., 1998).
Esta “ansiedade odontológica” também já foi definida como um “estado de apreensão de que algo terrível vai acontecer em relação ao tratamento odontológico, ou em certos aspectos do mesmo, estando associado a uma sensação de perda de controle” (KLINGBERG; BROBERG, 2007).
As pessoas com níveis mais elevados de medo e ansiedade tendem a evitar dentistas e tratamentos odontológicos, ou somente procura por atendimento em casos de dor (ARMFIELD, 2010). Pacientes odontofóbicos também podem ser menos cooperativos durante procedimentos e apresenta menor grau de satisfação com os tratamentos cirúrgicos (GONZÁLEZ-LEMONNIER et al., 2010). Adicionalmente, os níveis de ansiedade no dia da cirurgia são mais elevados que os demais (pré-cirúrgico e pós-cirúrgico), pois são associados com alta expectativa de dor (KIM et al., 2013).
Dentro deste contexto, é crescente o número de profissionais que utilizam métodos farmacológicos de sedação consciente, com a intenção de propiciar um ambiente que facilite a relação paciente-profissional, permitindo a condução do tratamento de forma tranquila com a mínima interrupção durante o procedimento clínico. O uso de benzodiazepínicos tem sido uma das opções utilizadas para o controle de ansiedade em Odontologia (ARAÚJO et al., 2018).
O alprazolam é um derivado benzodiazepínico comumente empregado no tratamento da ansiedade generalizada e na síndrome do pânico. Suas maiores concentrações plasmáticas são obtidas 1 a 2 horas após sua administração, com uma duração de ação de 12 a 15 horas, sendo empregado nas dosagens de 0,5 a 0,75mg em adultos (PECKNOLD et al., 1988).
Embora o alprazolam tenha apresentado resultados relevantes, ainda são escassos os trabalhos com a sua utilização em procedimentos cirúrgicos de Implantodontia, o que direcionou a realização do presente capítulo.