Resumo
Existem várias técnicas de mensurar a parestesia causada por lesão do alveolar inferior, como testes térmicos, elétricos e mecânicos, mas de acordo com os autores: von Prince (1967); Yoshida (1989); Poort (2009), o teste de sensibilidade por meio de monofilamentos (tensiômetro de Semmes-Weinstein) é um dos testes mais confiáveis e válidos para ser utilizado nos pacientes, apresentando 91% de sensitividade e 80 % de especificidade, além disso, a utilização desses monofilamentos possibilita graduar a sensibilidade em vários níveis, desde normal até a perda da sensibilidade profunda, passando por níveis intermediários. O presente trabalho relata um caso de parestesia após cirurgia para remoção de enxerto autógeno em região de mandíbula posterior.
Em tempos atuais, o conceito de osteointegração, ou seja, a migração de células ósseas para a superfície de titânio gera uma fixação entre o osso e o metal (BRÅNEMARK et al., 1969). Desde então, a comunidade odontológica se viu diante da possibilidade de repor os dentes perdidos, com próteses fixas, sem prejudicar ou desgastar dentes remanescentes sadios.
Após a perda dental, mesmo com diferentes etiologias para essa perda, ocorre a reabsorção óssea do processo alveolar, trazendo limitações para a colocação de implantes (ASHMAN; BRUINS, 1985). Com o passar dos anos, surgiram novas técnicas cirúrgicas para reabilitar maxilas e mandíbulas atróficas:
Lateralização do nervo alveolar inferior (NAI): que é uma cirurgia para reposicionar este nervo, para a colocação de implantes em mandíbula posterior, pois o NAI é o principal limitador da colocação de implantes nesta região (DI PILLO; RAPOPORT, 2009).
Enxertos ósseos: utilizado para recuperar o osso que foi reabsorvido, tanto em altura, quanto em espessura, dando condições estruturais para a colocação de implantes dentais (BARBOSA, 2006; FAVERANI, 2014).
Implantes curtos visam ter estabilidade com o aumento do diâmetro do implante, para compensar a pouca altura, sendo uma opção para alguns casos (DURSUN et al., 2016).
Alterações da sensibilidade estão sujeitas a ocorrer após a realização de vários procedimentos odontológicos como anestesia local (RENTON et al., 2010), tratamentos endodônticos (AHONEN; TJÄDERHANE, 2011), tratamento ortodôntico, colocação de implantes na mandíbula (HILLERUP, 2008), cirurgias de tumores ósseos (POORT et al., 2009), extração de terceiros molares mandibulares (ROBERT, 2005; COSTA et al., 2013) e cirurgia ortognática (AGBAJE et al., 2016). De acordo com Tay e Zuniga (2007), também podem ocorrer alterações sensoriais por lesões ósseas na mandíbula (cistos e tumores benignos ou malignos) e infecções locais.