Resumo
A reabsorção condilar idiopática (RCI) é uma condição patológica que se caracteriza pela redução progressiva do tamanho da cabeça da mandíbula sem uma etiologia definida (MEHRA; NADERSHAH; CHIGURUPATI, 2016). As mulheres entre 10 e 40 anos são mais acometidas pela condição (mulheres: homens; 9:1). A literatura também relata a maior incidência da condição na fase puberal (MITSIMPONAS et al., 2018).
Existem três teorias que explicam as prováveis causas das RCIs: (1) necrose induzida por hormônios sexuais, (2) necrose avascular causada por compressão patológica da cabeça da mandíbula e (3) reabsorção causada pela perda da capacidade de remodelação. O diagnóstico é realizado por meio da anamnese, excluindo-se distúrbios locais e sistêmicos, achados clínicos e imaginológicos (MITSIMPONAS et al., 2018).
As manifestações clínicas associadas à RCI são variáveis. Os pacientes podem desenvolver desequilíbrio facial, constrição das vias aéreas e retrusão progressiva da mandíbula. Sinais e sintomas de disfunção temporomandibular podem estar associados, tais como dor e estalido articular. O desvio da linha média em abertura, relação de molar em classe II (uni ou bilateral) e mordida aberta podem também estar presentes. A RCI pode progredir e afetar todo o côndilo, mas normalmente poupa o ramo da mandíbula (URSI; ALMEIDA; PITTA, 2017; MITSIMPONAS et al., 2018).
Os principais achados radiográficos, detectados principalmente por meio de imagens bidimensionais, incluem diminuição da altura do ramo mandibular e da altura do côndilo, alteração do volume do côndilo, redução dos ângulos cefalométricos SNB e plano mandibular e perfil retrognata. Por meio do exame tomográfico é possível avaliar com segurança o tecido ósseo da articulação temporomandibular (ATM), os espaços articulares, presença de esclerose, achatamento das margens, erosão da placa cortical e presença de osteófitos. Os exames tomográficos permitem também o cálculo do volume da cabeça da mandíbula (SANSARE et al., 2015; MITSIMPONAS et al., 2018).