Resumo
Os procedimentos reabilitadores são cada vez mais procurados pelos pacientes, em busca de conforto, estética e função. Um grande número de possibilidades terapêuticas tem sido empregadas, desde os tratamentos mais simples, até casos mais complexos, envolvendo a confecção de próteses totais ou a reposição de vários elementos, incluindo próteses sobre implante (DANTAS, 2012).
Os tratamentos dentários associados a utilização de implantes, tornaram-se uma realidade na clínica odontológica moderna, fortalecidos pela previsibilidade e longevidade relacionados à osseointegração, proporcionando uma melhora significativa no restabelecimento da saúde bucal, função e estética. A fim de alcançar o sucesso com restaurações protéticas duradouras, é de fundamental importância o conhecimento de vários fatores, como aspectos oclusais, espaço interoclusal, requisitos estéticos, assim como a saúde dos tecidos envolvidos e a necessidade de sua manutenção (ALMEIDA; FREITAS JÚNIOR; PELLIZZER, 2006).
A relação maxilo mandibular ocupa uma posição de destaque neste complexo sistema estomatognático, envolvendo funções básicas como mastigação, fonação e deglutição, exigindo a participação biomecânica de todo o sistema neuromuscular e articular. Estando a Dimensão Vertical de Oclusão (DVO) diretamente relacionada a esse complexo sistema, é de suma importância que haja em uma reabilitação protética, um planejamento inicial adequado, analisando todos os fatores estáticos e dinâmicos entre maxila e mandíbula (RUSSI; ROCHA, 2015).
Por definição, temos a DVO como sendo a distância vertical entre a maxila e a mandíbula, quando os dentes estão em contato e os músculos elevadores e abaixadores da mandíbula encontram-se em equilíbrio (DANTAS, 2012; BASSANTA, 2003; RUSSI ; ROCHA, 2015).
Sendo considerado um dos procedimentos mais complexos e difíceis dentro da reabilitação, por não existir uma técnica única e universal aceita na determinação da DVO, é importante a associação entre os vários métodos para um resultado mais adequado (BASSANTA, 2003). Podemos citar os métodos mais utilizados para a determinação da DVO, sendo o método métrico, o fonético, o estético, o método das proporções faciais (DANTAS, 2012; RUSSI; ROCHA, 2015) e, ainda, o método da deglutição (DANTAS, 2012), considerando que as alterações relacionadas a DVO, tanto no seu aumento quanto na sua diminuição, podem causar consequências ao paciente, envolvendo seus dentes, músculos, articulação, deglutição, postura e fonação, além de poder causar modificação na altura do seu perfil facial (FELTRIN et al., 2008).
Um aumento da DVO proporciona diminuição do espaço funcional livre, o que pode causar reabsorção óssea, desgaste dental, proeminência do mento, dores musculares, dor de cabeça, bruxismo, dificuldade de fonação, deficiência mastigatória, hiperatividade muscular, contatos dentais prematuros e contínuos, aparência de sorriso permanente e dificuldade na deglutição (DIAS et al., 2006; DANTAS, 2012; RUSSI; ROCHA, 2015). Já a diminuição da DVO provoca um aumento do espaço funcional livre, podendo causar um falso perfil prognático, dores articulares, hipotonia muscular, aparência envelhecida, sulcos e rugas acentuados (DANTAS, 2012; RODRIGUES et al., 2010; RUSSI; ROCHA, 2015), desgaste dental acentuado, oclusão traumática com comprometimento periodontal, reflexos auditivos, além de patologias crônicas ou agudas nas estruturas orofaciais, incluindo deformação mandibular (DIAS et al., 2006; DANTAS, 2012).
É importante o restabelecimento adequado da DVO com um período experimental para que o paciente possa acostumar-se com a nova situação.
O caso clínico a seguir tem por objetivo salientar a importância de se restabelecer corretamente a dimensão vertical de oclusão em uma reabilitação protética.