Resumo
O Brasil apresenta alta prevalência de doença periodontal e cárie, resultando em sequelas como perdas dentárias, as quais tornam os tratamentos cada vez mais complexos para reabilitação bucal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Essas ausências dentárias consistem em um dos problemas de saúde bucal mais comuns na população senil, sendo muitas vezes visto socialmente como processo natural do envelhecimento e não como consequência de doenças bucais, as quais são decorrentes da ausência de programas e políticas preventivas (NAGARAJ et al., 2012; KASSEBAUM et al., 2014).
As perdas dentárias resultam em limitação de funções diretamente ligadas à qualidade de vida, como diminuição da capacidade de mastigação e fonação, consequentemente deficit nutricional, interferência no psicológico e na autoestima do paciente. Alguns fatores como educação, nível econômico, acesso à assistência de saúde oral, estilo de vida e cuidados com a saúde bucal podem influenciar na variação das taxas de edentulismo de uma região territorial para outra (LOCKER, 1988), sendo a atrofia do rebordo alveolar considerada uma das sequelas mais importantes (FELTON, 2009).
A reabilitação com implantes dentários osseointegrados, que surgiu em meados da década de 1960, descoberta por Branemark, é considerada uma opção de tratamento previsível para reabilitar pacientes edêntulos. É necessário espessura óssea adequada para instalação dos implantes. Outros fatores não são determinantes, no entanto, são avaliados durante exame físico do paciente para o planejamento como: higiene oral satisfatória, condições econômicas para custear a reabilitação e fatores protéticos específicos como perfil de emergência, suporte labial e linha do sorriso. Esses parâmetros influenciam na escolha do tratamento apropriado (BRANEMARK et al., 1977).
O tratamento implantossuportado requer um tempo mínimo de 4 a 6 meses, para que ocorra a osseointegração, uma vez que após a instalação dos implantes, eles ficam submersos à gengiva e intraósseos, diminuindo assim a contaminação por bactérias e minimizando os movimentos decorrentes de cargas mastigatórias (BRANEMARK et al., 1977).
Entretanto, com o avanço da nanotecnologia, novas linhas de implantes dentários de diversas marcas já demonstram a osseointegração em menos tempo. Estudos têm demonstrado que a estabilidade primária poderia ser adquirida em regiões com uma maior densidade óssea, podendo ser realizado o tratamento em uma única etapa, sendo assim chamada de carga imediata, que na maioria das vezes ocorre em mandíbula (RANDOW, 1998; BRANEMARK, 1999; FRIBERG, 1999; ERICSSON, 2000; LORENZONI et al., 2003; DOMINGUES NEVES et al., 2004; FRÖBERG et al., 2006; TURKYILMAZ et al., 2006; CHIAPASCO et al., 2007; DEGINI et al., 2007; SADOWSKY, 2007; ESPOSITO et al., 2013; STAFFORD, 2013).
A estabilidade primária depende do contato e da qualidade do implante com o osso, do Design e Forma Geométrica desses (O’SULLIVAN et al., 2000; ZHOU et al., 2008).
Uma alternativa de reabilitação total em maxilares edêntulos consiste na técnica de distribuição de quatro a seis implantes dentários, com possibilidade de instalação de prótese fixa sobre os implantes no mesmo momento. Essa técnica apresenta taxas de sucesso favoráveis e otimização no tempo de reabilitação oral do paciente (BENNETT, 2013).