Resumo
Lesões benignas de origem vascular (LBOV) são relativamente comuns na cavidade oral. As LBOV são anomalias de desenvolvimento dos vasos que condicionam acúmulo de sangue e são de etiologia desconhecida (BORACK, 2001). Dentre os tipos de lesões relacionadas, as LBOV, além de hemangiomas e mal formações vasculares, estão a artéria de calibre persistente, varizes, flebolitos, trombos e o granuloma piogênico. A trombose venosa é a formação aguda de trombos (coágulos) no sistema venoso superficial ou profundo, provocando oclusão total ou parcial da veia. Os trombos formam-se espontaneamente ou como resultado de lesão parietal traumática ou inflamatória. Emprega-se a denominação de trombose venosa profunda (TVP) quando os trombos atingem o sistema venoso profundo e tromboflebite superficial, quando as veias superficiais são acometidas (PICCINATO, 2008). Há pouca literatura com relação a trombos e a diferenciação clínica entre algumas LBOV pode ser bastante desafiadora. Algumas manobras são fundamentais para o auxílio na exclusão, por exemplo, a diascopia, uma manobra semiotécnica simples que consiste na observação da irrigação cutânea através de uma lâmina de vidro que, comprimindo a lesão, ajuda no diagnóstico diferencial de lesões de componente vascular sanguíneo de outras lesões com coloração assemelhada (BORACK, 2001). As condutas terapêuticas nas lesões vasculares são controversas, pois dependem do tipo de lesão, da localização, da idade do paciente, proximidade com estruturas vitais e, algumas vezes, o dano estético e/ou funcional que possa causar. Várias modalidades de tratamento têm sido utilizadas nas lesões vasculares, como cirúrgica, embolização, radioterapia, corticosteróide intralesional e sistêmico, LASER, interferon-alfa e esclerose física e química. De maneira geral, o tratamento objetiva prevenir ou reverter deformidades e outras complicações anatômicas, estéticas e funcionais (NAGLER et al., 2002). O diagnóstico preciso é fundamental para definir a conduta a ser tomada e deve ser baseado fundamentalmente no exame clínico, acompanhado de análise anátomo-patológica. É imprescindível o diagnóstico diferencial entre malformações e hemangiomas, tendo em vista as condutas terapêuticas e, principalmente, no diferencial com lesões malignas (melanomas), que podem levar ao óbito, em caso de diagnóstico e conduta inadequada (KABAN, 1986; ZHAO, 2004).