Resumo
Os seios paranasais (SPNs) são cavidades preenchidas por ar presentes na região craniofacial que desempenham funções importantes no trato respiratório. Um de seus principais papéis é a umidificação e aquecimento do ar inalado. São compostos pelo seio frontal, etmoidal, esfenoidal e maxilar.
A identificação de condições patológicas associadas é crucial, já que os SPNs estão próximos a estruturas importantes como dentes, vasos, nervos, órbita e cérebro. As infecções e processos alérgicos são os principais fatores relacionados à doença sinusal, e são acometidas quando há presença de obstrução das vias de drenagem dos seios envolvidos. Além disso, outros fatores que podem favorecer uma sinusopatia são as variações anatômicas dos seios paranasais, bem como da unidade ostiomeatal. A literatura aponta, como exemplo, uma possível relação do volume do seio maxilar maior com um aumento na frequência de determinadas sinusopatias.
Devido à proximidade das raízes dos dentes posteriores com o assoalho do seio maxilar (SM) e a inervação comum de ambos, há possibilidade de patologias que acometem o SM provocarem sintomas nos dentes. Da mesma forma, os seios maxilares além de serem acometidos por patologias intrínsecas, uma inflamação pulpar pode afetar a integridade do assoalho do SM, caracterizando como uma patologia extrínseca e consequentemente o desenvolvimento de sinusites de origem odontogênica.
Desta forma, devido à localização anatômica dos seios paranasais próximas às estruturas importantes, algumas sinusites podem evoluir para a região do globo ocular ou a região do cérebro, causando complicações mais severas como meningite. Assim, requerendo um maior cuidado e um tratamento mais intervencionista da sinusite instalada.
A tomografia computadorizada (TC) tem sido considerada o exame padrão para o diagnóstico de sinusite crônica, bem como outros tipos de alterações, devido às imagens bidimensionais apresentarem elevada sobreposição de estruturas e consequente comprometimento da visualização na íntegra. Entretanto, a dose de radiação que é fornecida pela TC é ainda considerada maior quando comparada à tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), utilizada com maior frequência na odontologia.
As imagens de TCFC, além de necessitarem de menor dose de radiação, permitem a visualização da região acometida em profundidade, por meio dos cortes sequenciais oblíquos. Além disso, a sua alta resolução espacial comparada com a tomografia computadorizada de feixe em leque (TCMD) pode auxiliar no diagnóstico de sinusite odontogênica, devendo ser o exame de escolha quando se pretende investigar a etiologia de sinusite maxilar não responsiva ao tratamento convencional.