Resumo
Com o avanço das técnicas adesivas e dos materiais odontológicos, as cerâmicas têm se destacado na odontologia contemporânea principalmente no mercado estético por ser uma alternativa que visa restaurar os dentes com anomalias de cor, forma e posição sem a presença do metal (DE Paula et al., 2021).
Dentre os diversos tipos de cerâmicas existentes, têm-se as cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio, que são constituídas por um vidro parcialmente cristalizado obtido a partir do crescimento controlado e nucleação de cristais na fase vítrea. Elas podem ser definidas como cerâmicas compostas por uma fase vítrea e pelo menos uma fase cristalina (MATINLINNA et al., 2007) (gome et al., 2008) (GUILARD LOPES, 2009).
Várias etapas são importantes para o sucesso final, e a longevidade das restaurações indiretas em cerâmicas, como planejamento inicial, preparo dentário, mas a cimentação se torna um ponto crítico (GARÓFALO, 2018).
A cimentação em si é um procedimento que requer conhecimento dos princípios de adesão e o cumprimento rigoroso do protocolo clínico para maximizar a ligação entre dente e restauração. Por isso, é de extrema relevância que os parâmetros relacionados à cimentação sejam realizados de maneira correta.
Dentre esses parâmetros, o isolamento do campo operatório se torna importante uma vez que falhas nesse processo podem comprometer adesão e longevidade das restaurações, sejam elas diretas ou indiretas.
Segundo Abad-Coronel (2019), quando o processo adesivo é bem-sucedido, há menor microinfiltração marginal, pigmentações, cárie secundária bem como há maior resistência à fratura dos materiais cerâmicos e redução da existência de possíveis fissuras.
Os materiais dentários apresentam melhores resultados referentes à adesão, resistência e longevidade em ambientes sem contaminação por fluido salivar. A utilização do dique de borracha é o único método que consegue criar um isolamento efetivo do campo operatório, melhorando a visão ao operador (AL- SABRI et al., 2017) (BENEVIDES, 2011).
Desta forma o controle da contaminação do campo operatório durante os procedimentos de adesão e inserção dos materiais restauradores tem fundamental importância para o sucesso e longevidade do tratamento. A contaminação por saliva e/ou sangue pode ser um problema encontrado em situações do dia a dia clínico e toda tentativa possível de manter essa contaminação longe do campo operatório deve ser realizada.
Segundo CAVIGLIA (2020), o isolamento absoluto com lençol de borracha se mostrou favorável para desempenho ideal de procedimentos adesivos. Ele proporciona um campo operatório seco e livre de contaminação por fluidos e micro-organismos, melhora o campo visual, afasta os tecidos moles, protege o paciente, o operador e a equipe auxiliar, tornando o tratamento mais seguro e eficaz (BARATIERI, 2010).
O uso do dique de borracha facilita, melhora a visualização, e evita sucessivas trocas de roletes de algodão durante o procedimento, que por sua vez aumentam o risco de contaminação.
Para a realização do isolamento absoluto são necessários alguns materiais como: lençol de borracha, arco porta dique, perfurador, grampos e pinça para grampo (SILVA et al., 2011).
No estudo realizado por Pedrosa et al. (2011), foram citados como fatores que levam à escolha o isolamento absoluto, a diminuição do risco de contaminação (27,1%) e a manutenção do controle de umidade do campo operatório (12,5%).
Desta forma, para começar a etapa da cimentação, é importante que seja feito o isolamento absoluto da superfície dentária, pois a exposição à umidade e aos contaminantes da cavidade oral podem causar falhas adesivas. (GONZALES, et al., 2012).