Resumo
As vantagens das restaurações provisórias não funcionais sobre implantes incluem não necessitar de um segundo estágio cirúrgico (elimina o desconforto do paciente e diminui custo para o profissional). A instalação do implante abaixo da crista óssea é eliminada, o que reduz a perda do osso marginal inicial, a emergência do tecido mole pode ser desenvolvida com a prótese provisória e é permitido ao tecido maturar durante o processo de cicatrização do osso. A fixação dos hemidesmossomos do tecido mole no corpo do implante abaixo do micro-espaço da conexão pode cicatrizar com uma interface melhorada (MISCH, 2008).
As alterações em nível de osso marginal podem estar relacionadas com a extensão do implante/descasamento do pilar. Níveis ósseos marginais foram melhor mantidos em implantes restaurados de acordo com o conceito da plataforma switching (CANULLO et al., 2010).
A estética dos tecidos moles ao redor de próteses sobre implantes pode ser melhorada por meio de modificações de contorno do pilar protético. Os efeitos das modificações destes variam dependendo do contorno, porque ambos têm implicações clínicas significativas. Nos casos em que a colocação do implante é ideal, alterando contorno crítico e subcrítico, pode-se aperfeiçoar o resultado clínico (HUAN et al., 2010).
A aplicação com sucesso de técnicas cirúrgicas desenvolvidas para preservar o contorno alveolar existente ou para reconstruir tecidos moles e duros perdidos em um sítio de implante, baseia-se no conhecimento claro da anatomia de tecidos moles, tanto periodontal como peri-implantar, e suas respostas individuais a múltiplas intervenções cirúrgicas e protéticas geralmente necessárias na implantodontia estética. O uso de técnicas de preservação do sítio geralmente reduz ou até elimina a necessidade de procedimentos reconstrutores subsequentes (SCLAR, 2011).
Não existem diferenças estatisticamente significativas relativas à mediana da estabilidade do grupo de implantes submetidos à carga imediata, do dia da colocação dos implantes (65 ISQ – implant stability quocient), até às 6 semanas (60 ISQ) e às 23 semanas (65 ISQ). Os resultados corroboram que o protocolo de carga imediata é previsível (LIMA et al., 2011).
Lederman foi o primeiro a introduzir o conceito de carregamento imediato utilizando implantes com superfície jateada tratada com plasma de titânio (TPS), obtendo uma taxa de sobrevivência de 91,2% em um acompanhamento de 81 meses, seguido por Babbusch e colaboradores, que reportaram índices de sucesso de 88% em 1.739 implantes de TPS carregados imediatamente. No entanto, foi somente no início da década de 1990, que a ativação imediata dos implantes ganhou sua devida atenção, quando Schnitman e colaboradores publicaram outra descrição de carga imediata, na qual utilizaram alguns implantes na região anterior de mandíbula, ativando imediatamente dois implantes distais e outro na região da sínfise mentoniana (outros permaneceram submersos para técnica convencional), convertendo uma prótese total (PT), confeccionada previamente à cirurgia, em prótese implantossuportada provisória sobre os três implantes, apresentando taxas de sucesso compatíveis com o protocolo de dois estágios (PEREIRA, 2012).
O uso de um protocolo de carga imediata pode ser uma técnica considerada previsível para obtenção de bons resultados estéticos no maxilar anterior. A persistência da crista óssea interproximal parece ser o ponto chave para a manutenção ideal do tecido mole. O Profissional deve fazer todos os esforços possíveis para evitar a perda da crista óssea interproximal, a fim de alcançar o melhor resultado estético possível: implantes dentários realizados pós exodontia e sua carga imediata devem ser considerados em casos de reestabelecimento de um único dente (MALCHIODI et al., 2013).
Há diferentes etapas em que se pode intervir nos tecidos peri-implantares: antes da colocação dos implantes, simultaneamente à colocação dos mesmos, durante a fase de osseointegração e na reabertura dos implantes. A exigência estética varia de um paciente para outro, e o resultado estético depende da forma, do contorno, do limite cervical, do perfil de emergência da restauração implantossuportada e da qualidade e quantidade da mucosa peri-implantar. Com base na revisão de literatura, não há diferença entre as técnicas para o sucesso, porém existem condições individuais e limitações que devem ser avaliadas caso a caso, criteriosamente (QUESADA et al., 2014).
A literatura, até o momento, e a experiência dos autores mostram que a carga imediata é um procedimento confiável sempre que se realiza uma seleção cuidadosa dos pacientes. Os inquestionáveis benefícios incluem a possibilidade de dispensar uma prótese removível, evitar a segunda fase cirúrgica, preservação de tecidos moles e maior conforto para o paciente, com o único argumento teórico contra, um aumento de falha do implante não mostrado até agora em ensaios. As principais desvantagens de procedimentos de carga imediata são devido à necessidade de uma coordenação adequada cirúrgico – protética. Os benefícios da técnica, em casos de necessidade estética elevada deve ser sujeito à adequada existência de densidade e qualidade óssea, uma técnica cirúrgica bem realizada, a utilização de implantes escolhidos adequadamente e desenho de restauração provisória bem elaborado. Pela sequência clínico-protética indicada, a morfologia gengival adquirida é mantida através da fase de provisionalização e essa informação vai ser fielmente transferida ao laboratório para desenvolver pilares. O computador irá reproduzir o contorno gengival criado a partir do momento da colocação do implante e permitir um ajuste perfeito sobre o mesmo e em relação aos tecidos moles dos dentes adjacentes para obter um resultado estético e natural (LAPORTA et al., 2014).
Resultados estéticos aceitáveis podem ser conseguidos com implantes colocados após a extração de dentes anteriores e pré-molares superiores (CHEN; BUSER, 2014).
Após acompanhamento clínico e radiográfico, por sete anos, exodontia minimamente traumática, seguidas de implantação e provisionalização imediata, mostraram ser técnicas viáveis (NERY et al., 2015).
A conexão e a desconexão de pilares de cicatrização estão associadas significativamente com o aumento da perda óssea durante o período de cicatrização entre a colocação do implante e 6 meses pós-carga, quando comparada com a colocação da conexão do pilar de cicatrização de uma só vez (MOLINA et al., 2016).