Resumo
Apesar de a ciência odontológica ter evoluído notavelmente nos últimos 100 anos, os cirurgiões–dentistas chegaram ao início do século XXI ainda tendo que tratar uma parcela significativa de pacientes, em especial aqueles que sofreram perdas dentárias, não muito diferentes do que faziam no século XIX (TELLES, 2010).
Ao perder os dentes, o indivíduo modifica seu padrão de fala, estética, mastigação, deglutição e bem como, seu relacionamento com as outras pessoas, podendo implicar em alterações do comportamento social, emocional e psicológico (BREDA et al.,2006).
Segundo pesquisa de saúde, realizada pela Organização Mundial de Saúde e conduzida no Brasil pela Fiocruz (2004), estimou-se que 14,4% dos brasileiros perderam todos os dentes. Entre as mulheres de pior condição sócioeconômica, com mais de 50 anos de idade, o percentual de desdentados é de 55,9%. Já entre as de melhores condições sócioeconômicas, o percentual cai para 18,9%. As razões entre as proporções de indivíduos que perderam todos os dentes naturais nas categorias de piores e melhores níveis socioeconômicos são da ordem de 3:1, qualquer que seja a faixa etária ou sexo. Tais números demonstram a necessidade de se manter uma política de saúde pública para atender a essa população, o que implica em treinar profissionais adequadamente para fazê-lo (TELLES, 2010).
Após um período de uso, as resinas acrílicas de próteses totais ficam susceptíveis a fraturas, quedas e problemas oclusais (TURANO; TURANO, 2007). Desta forma, os consertos devem ser priorizados, uma vez que as fraturas interferem no selamento periférico quando atingem a área basal da prótese, diminuindo a retenção e a estabilidade. Além disso, interferem na estética quando comprometem os dentes. O ideal é que o conserto seja realizado no consultório, para que o paciente não fique sem a prótese antiga. O conserto de próteses que ainda apresentam boas condições de uso pode ser realizado com resina acrílica de auto ou termopolimerização, e a polimerização deve ser planejada para se obter uma resina de alta qualidade, com polimento suficiente para dar durabilidade à prótese (CASTRO; GOMES, 2015).
Relatamos, aqui, algumas terapias preconizadas pela Técnica da Clonagem Terapêutica em uma paciente reabilitada com uma prótese total superior mucossossuportada. Essas terapias têm por finalidade, dar ao paciente, já no início do tratamento, uma melhora nas próteses, aumentando a confiança no profissional e a receptividade ao tratamento. Além disso, ela melhora a estética, aumenta a estabilidade e a retenção da prótese, e com isso, proporciona conforto. As terapias realizadas nesse caso foram: recuperação da área basal através do modelo anatômico, conserto da prótese e reembase direto seletivo.
Não obteríamos um bom resultado apenas com o reebasamento direto, pois os materiais reembasadores, devido ao seu alto escoamento, não possuem “corpo” suficiente para atingir a área basal adequada se não estiverem sendo suportados por resina rígida, o que poderia resultar em áreas afinadas, com grande possibilidade de levar ao aparecimento de úlceras traumáticas, fraturas ou desprendimento do material reembasador. (CASTRO; GOMES, 2015).