Resumo
As reabilitações estéticas se tornaram procedimentos rotineiros no consultório odontológico nos últimos anos. Com os padrões de beleza na atualidade, os pacientes estão em busca da perfeição. Restaurações que mimetizam a cor natural dos dentes são possíveis devido à evolução das técnicas e materiais odontológicos (ABDULLAH et al., 2015). Neste contexto, os materiais restauradores têm se destacado pela melhora das propriedades mecânicas (resistência ao desgaste e à compressão) e pelas propriedades ópticas aceitáveis para restabelecer estética e função tanto nas próteses provisórias quanto nas definitivas. Uma restauração provisória é parte importante dos procedimentos de terapia protética. Pode ser usado como estágio intermediário para restauração de curto ou longo prazo nos elementos dentários e também durante o tempo entre o preparo cavitário até que as restaurações indiretas definitivas sejam estabelecidas (ABDULLAH et al., 2015). As restaurações provisórias são de grande valia para a proteção do complexo dentina-polpa, já que por menor que seja o trauma causado pelas manobras do preparo protético, há sempre uma reação inflamatória pulpar, além de preservar o periodonto saudável por meio de margens da provisória bem adaptadas e sem a presença de espaços que promovam novas lesões de cárie (NEPPELENBROEK et al., 2003), auxiliando, portanto, no tratamento e na recuperação do tecido gengival alterado (SAISADAN et al., 2016).
Dentro do propósito estético, as restaurações provisórias devem devolver a confiança do paciente, possibilitando alteração do contorno, forma, textura, cor, arranjo e posição dos dentes até que um padrão estético personalizado seja atingido (NEPPELENBROEK et al., 2003).
Essas restaurações podem ser classificadas segundo o tipo de execução: em pré-fabricadas ou artesanais, em métodos diretos ou indiretos (NAGASH et al., 2019). As restaurações obtidas pela técnica indireta apresentam maior durabilidade, além de integridade marginal excelente. Por propiciar maior resistência às restaurações provisórias, a técnica indireta é bem indicada para os casos onde os provisórios permanecerão por um longo tempo na cavidade bucal do paciente e também nos casos de extensa terapia periodontal. As restaurações termopolimerizáveis são muito utilizadas na técnica indireta, por apresentarem maior estabilidade de cor e maior resistência mecânica em relação às resinas utilizadas em métodos diretos (ALMOHAREB et al., 2018). Resinas de polimetilmetacrilato e resinas compostas são os materiais mais comumente utilizados para esse propósito (KARAOKUTAN et al., 2015).
A cimentação das coroas provisórias assim como a das coroas definitivas inspira cuidados. O agente de cimentação selecionado de forma adequada deve apresentar: baixa solubilidade, espessura fina de película, boas propriedades mecânicas e adesão satisfatórias para resistir à penetração de fluidos bucais. A seleção do material para executar essa função também deve considerar o grau de retenção dos dentes pilares, o tipo de material a ser cimentado, a técnica de confecção da coroa provisória e a necessidade de ação medicamentosa sobre a polpa (ARORA et al., 2016).
O presente caso clínico descreve a confecção de coroa provisória unitária anterior superior, realizada a partir da técnica indireta, com resina acrílica quimicamente ativada e cimentada com cimento de ionômero de vidro convencional.