Resumo
O uso da terapia implantar na região posterior de pacientes parcialmente edêntulos pode reduzir significativamente o risco de falha de uma prótese fixa dento-suportada com cantilevers ou dentes comprometidos e ainda reabilitar dentes ausentes (LINDHE, 2005).
As causas mais comuns das complicações relacionadas aos implantes estão concentradas ao redor da tensão. Então, o plano de tratamento como um todo deveria (1) determinar os maiores fatores de força no sistema e (2) estabelecer mecanismos para proteger o sistema prótese-implante-osso como um todo (MISCH, 2000). Porém, com a perda dentária prematura e reabsorção óssea dos processos alveolares dos maxilares, o uso de implantes curtos tem sido cada vez mais difundido (MEDEIROS, 2011). As regiões posteriores geralmente têm menor altura óssea disponível, má qualidade óssea e são ao mesmo tempo expostas a cargas oclusais maiores do que a região anterior, o que pode causar um aumento da taxa de falha (NELDMAN; PINHOLT, 2010).
Apesar disso, o implante curto, provou ser uma opção de tratamento bem sucedida, possui um prognóstico em longo prazo semelhante aos implantes dentários de comprimento padrão (SUN et al., 2011, TELLEMAN et al., 2011, ANNIBALI et al., 2012, SRINIVASAN et al., 2012), mas para isso, alguns parâmetros devem ser observados, como: hábitos do paciente, condição sistêmica, fatores relacionados à inserção do implante (estabilidade primária, inserção do torque, densidade óssea), características do implante, parâmetros biológicos (condição periodontal e de higiene) e particularidades da prótese (GONÇALVES et al., 2015). Quando está presente uma relação aumentada de coroa-implante, a altura da coroa pode influenciar a perda de crista óssea mais significativamente (ANITUA et al., 2014), e quando diminuída essa relação, pode proporcionar um efeito protetor ao nível do osso marginal peri-implante (GARAIACOA, 2014).
O aumento da altura da coroa aumenta significativamente a concentração de tensão no parafuso protético e no tecido ósseo, o nível de microstraína do tecido ósseo sob carga axial e oblíqua e a carga oblíqua é mais perigosa para as estruturas peri-implantares (VERRI et al., 2015).
A relação coroa/implante pode ser considerada um fator de risco também para algumas complicações mecânicas de reabilitação implanto-suportada, como afrouxamento de parafusos, fraturas de porcelana, afrouxamento de coroas anterio- res superiores e fraturas de abutments de implantes de 2 mm de largura suportando coroas únicas em áreas posteriores (QUARANTA et al., 2014).
Desta forma, no planejamento protético deste caso clínico, optou-se por coroa protética unida sobre dois implantes curtos, de modo que se propiciaria uma melhor proporção coroa-implante e consequentemente maior índice de sucesso.