Resumo
Previsibilidade em qualquer tratamento odontológico é algo fundamental, porém há momentos em que não é possível iniciar um tratamento estético sem haver a certeza de que o resultado final será melhor do que a realidade que se tem até o momento.
Bottino et al. (2001) chama a atenção para a necessidade de um sorriso belo e harmonioso como algo fundamental para o convívio na sociedade moderna. Ainda faz uma observação importante em que na sua opinião muitos profissionais tem buscado exaltar os ótimos resultados de seus trabalhos protéticos como mérito dos materiais utilizados e não das técnicas de trabalho do cirurgião-dentista. Descreve ainda que somente se conseguirá a estética tão desejada se a função estiver sendo respeitada e empregarmos toda a tecnologia e conhecimento disponível.
Bottino et al. (2001) comemora as coroas cerâmicas unitárias livres de metal, descrevendo como algo fantástico e inovador com alta qualidade, resistência e estética.
Para alcançarmos os resultados tão esperados, Mezzomo et al. (1997) adverte que o fracasso de uma prótese fixa pode ser dividido em 7 possíveis fatores:
– Cárie (porém, não há como saber quem chegou primeiro, a falta de retenção ou a cárie) – 18%;
– Complicações endodônticas – 8%;
– Complicações por perda de retenção – 7%;
– Complicações estéticas – 6%;
– Complicações por fratura dos dentes de suporte – 3%;
– Complicações por doença periodontal – 4%;
– Complicações por fratura de algum dos componentes da prótese – 4%.
Desta forma, esses são com certeza os fatores a se cumprir como prioridade em toda reabilitação. O autor frisa que o sucesso de uma prótese não pode ser avaliado somente no ato de sua cimentação e sim pela manutenção da saúde dos tecidos periodontais, estética, tecidos pulpares, músculos e articulações temporomandibulares.
Kayatt e Neves (2013) acrescentam que além de cumprir todos os fatores descritos acima, é necessária ainda a preocupação com a rigidez e a estética dos materiais restauradores. Desta forma, descreve três requisitos que definem a técnica correta de preparo para cerâmica pura: 1 – o material restaurador; 2 – o dente ou a área a ser preparada e 3 – o diâmetro e a forma das pontas diamantadas utilizadas. Quanto à espessura do preparo para dentes anteriores superiores em dissilicato de lítio (Emax CAD – Ivoclar Vivadent), os autores recomendam 1,5 mm em áreas de esforço (borda incisal) e 1,2 mm no terço médio e 1 mm para cervical. Na área de término, para casos escurecidos, o preparo pode aprofundar subgengivalmente até 0,5 mm.
Kayatt e Neves (2013) comentam que o ato de moldar os pacientes é considerado por muitos cirurgiões-dentistas como algo difícil e como algo incômodo para muitos pacientes, causando mal-estar ou náuseas. A digitalização direta em boca ou digitalização direta é uma alternativa que apesar de estar disponível desde meados de 1980 (sistema CEREC – Sirona) somente agora vem ganhando espaço e modelos mais versáteis.
Sendo assim, este capítulo descreve um caso clínico de coroa total anterior estética metal free (Emax CAD – Ivoclar Vivadent), realizado em clínica particular.