Resumo
Restaurações protéticas de pequenas extensões edêntulas representam um dilema quando os dentes adjacentes não requerem coroas. O implante dentário torna-se a única alternativa para pacientes com características ósseas adequadas e que estão dispostos a se submeterem a um procedimento cirúrgico menor. No entanto, ainda para muitos pacientes, esse não é o tratamento de escolha e a Prótese Fixa Adesiva (PFA) em Resina Composta reforçada por Fibra é uma possível solução (MAGNE et al., 2002; WYATT, 2008).
Uma das características positivas da opção pelas PFA é que a estrutura protética requer mínimo desgaste dos dentes contíguos ao espaço protético (FONSECA et al., 2010). A opção pelo material resinoso indireto promove vantagens como adesão à superfície dentária promovida pelo sistema adesivo, reparabilidade da peça protética e estética satisfatória (CHO et al., 2002, SOARES et al., 2002, WYATT, 2008). As resinas compostas indiretas, possuem composição semelhante às resinas compostas diretas, porém, com maior quantidade de partículas inorgânicas, fato que promove melhora nas propriedades mecânicas do material. A polimerização é realizada por meio de métodos adicionais, como luz, calor, pressão e vácuo, o que promove maior conversão das cadeias poliméricas, assegurando melhores propriedades dos compósitos resinosos (SOARES et al., 2005). Alguns sistemas de resinas indiretas empregam em sua composição, partículas finas de cerâmica (70 a 82% em peso), que visam melhorar as propriedades do material e sua longevidade no meio oral.
Os pacientes com pequenos espaços edêntulos delimitados por dentes hígidos ou restaurados, são bons candidatos para a Prótese Fixa Adesiva em Resina Composta reforçada por Fibra. Os potenciais dentes pilares devem ser saudáveis, restaurados ou minimamente restaurados, livres de cárie e doença periodontal, e possuir altura e largura adequadas à coroa, além de espaço interoclusal adequado (WYATT, 2008).
As PFA são empregadas com maiores taxas de sucesso na região anterior, quando o espaço edêntulo é reduzido (apenas um elemento dental ausente) e o paciente não apresenta alterações oclusais como bruxismo, apertamento, sobrepasse vertical ou intensa função incisiva. Deve-se notar, ainda, que índices de longevidade das PFA são consideradas menores que as Próteses Fixas convencionais e a principal razão é a falha que ocorre entre a estrutura e os dentes pilares. Desta forma, embora as PFA sejam consideradas uma solução definitiva para espaço edêntulo unitário, deve-se atentar que vários relatos na literatura indicam esse procedimento como tratamento provisório (WYATT, 2008).