Resumo
Coachman et al. (2009) relatam que os defeitos gengivais classe III são deficiências vertical e horizontal no rebordo desdentado. Há casos em que a cirurgia reconstrutiva não consegue resultados satisfatórios estéticos. Para se ter um bom resultado, o autor relata que devemos seguir alguns critérios como: domínio do laboratório sobre restaurações dentogengivais e planejamento. Compreensão biológica das limitações do processo de cura do tecido duro e mole, múltiplos implantes adjacentes na zona estética são limitações que podem frequentemente exigir a utilização de materiais restauradores cor de gengiva. E planejamento preventivo tridimensional é importante para conseguir a estética desejável. O presente relatório apresenta uma justificativa para a consideração de gengiva artificial ao planejar a prótese dentária. Gengiva de cerâmica pode superar as limitações de enxertia e deve ser uma consideração no plano de tratamento inicial
Segundo Hannon; Colvin; Zurek (1994), antes do tratamento protético de alguns casos com reabsorção alveolar e defeitos ósseos e gengivais, cirurgias periodontais podem ser indicadas para o aumento de volume e correção de tecidos moles. Tem casos em que a cirurgia pode ser contraindicada ou indesejável. Um resultado funcional e estético, muitas vezes, pode ser conseguido através de material cerâmico rosa em prótese fixa.
Para Priest e Lindk (1998), a Implantodontia requer excelência estética e longevidade funcional. A estética ideal necessita de intervenções cirúrgicas dos tecidos moles e duros. Os resultados dos procedimentos gengivais nem sempre são ideais e alguns pacientes não estão dispostos a submeter-se a tratamento cirúrgico. O uso de porcelana rosa é uma opção não cirúrgica de substituição de tecido duro e mole que fornece suporte labial, restaura arquitetura gengival, simetria e papilas. As próteses podem alcançar ou exceder as expectativas estéticas desses pacientes.
Tuna et al. (2012) relataram que lesões traumáticas podem causar deficiências anatômicas em tecidos moles e duros. O tratamento adequado para deficiêcias ósseas e gengivais exige uma abordagem multiciplinar odontológica e médica. As próteses substituem dentes, osso e tecido mole gengival.
Segundo Barzilay e Tamblyn (2003), próteses de substituição gengivais historicamente foram usadas para substituir tecido perdido, quando outros métodos (por exemplo, cirurgia ou procedimentos regenerativos) foram considerados imprevisíveis ou impossíveis. Com este método, volumes grandes de tecido são facilmente substituídos. Próteses gengivais têm várias formas, e vários autores descreveram seu uso. Próteses gengivais para substituição de tecido podem ser usadas como alternativas de procedimentos cirúrgicos para reconstituição gengival. A restauração destas áreas pode ser realizada com próteses fixas ou removíveis. Os materiais utilizados para próteses gengivais incluem acrílicos e porcelanas, resinas compostas e acrílicos termoplásticos, assim como a base de silicone macia.
Haj-Ali e Walker (2002) relataram a importância dos provisórios nos tratamentos reabilitadores com próteses fixas, porém, as irregularidades entre dentes pilares e espaço protético causam dificuldades na estética do trabalho, podendo lançar mão de técnicas cirúrgicas para se conseguir equilíbrio entre dentes remanescentes e espaço desdentado.
Para Fonseca et al. (2002), o tratamento cirúrgico nem sempre é o escolhido com primeira opção para reconstrução de tecidos duro e mole perdidos por reabsorção. A cirurgia pode ser contraindicada por fatores como: problemas sistêmicos, custo, tempo e saúde geral e emocional do paciente, também podendo ser imprevisível, causando descontentamento.
Para Bonachela et al. (1992), processos alveolares reabsorvidos devido à reabsorção fisiológica do osso alveolar por uso de prótese removível ou perdas dentais extensas, são os principais fatores limitantes na construção de prótese parcial fixa. Conclui que a cerâmica rosa tem fácil aplicabilidade e resultados satisfatórios para reabilitar reabsorções alveolares.
Critérios para terapia com implantes em único dente na região anterior da maxila têm crescido recentemente (GRUTTER; BELSER, 2009; SAILER et al., 2009; COOPER et al., 2014) e incluir parâmetros mais subjetivos, como estética restauração coronária e peri-implante estética das mucosas (BELSER et al., 2009; KAN et al., 2011; SHI et al., 2014). Apesar do aumento da demanda e expectativas dos pacientes e profissionais por uma estética agradável, para suprir esta deficiência, vários investigadores possuem métricas propostas, pelas quais, para medir parâmetros que podem positivamente contribuir para a estética do implante dentário, avaliaram em um periodo de um ano a mucosa peri-implantar com três diferentes pilares de implante com estética das mucosas. Foram colocados implantes aleatoriamente nas maxilas, com provisionalização com munhões de titânio e munhões definitivos de zircônia fabricados com sistema CAD/CAM.
Segundo Sammartino et al. (2007), o objetivo deste estudo foi identificar uma técnica de instalação de implantes endósseos preservando mucosa (tecido peri-implantar), dando previsibilidade estética para as próteses. Tiveram como desafio, melhorar a regeneração e melhorar a cicatrização, tendo como opção a instalação de implantes imediatos sem incisão e retalhos. Pacientes não fumantes e bão broxomanos foram selecionados, apresentado a estabilidade dos tecidos moles, uma oclusão aceitável e ausência de patologias que contraindicassem neoformação óssea. Foram usados implantes Straumann e Friadent, colocados imediatamente após extração. A restauração temporária foi colocada 3 meses após o implante e a restauração final foi colocada 4 meses a partir da cirurgia. Os pacientes foram avaliados clinicamente e radiologicamente 2, 4, 18, e 24 meses após a inserção. Em 24 meses, apenas 3 implantes foram perdidos (2 em pacientes do sexo masculino; 1 em paciente do sexo feminino). Todos estes implantes perdidos não atingiram a osseointegração. A taxa geral de sucesso foi de 96,6%, com uma taxa de falha de 3,4%, todos antes da prótese. Os autores concluem que a inserção de implantes imediatos em maxila após a extração sem incisões e retalhos é uma cirurgia que pode garantir a preservação gengival e óssea peri-implantar para um resultado estético previsível, e o aspecto mais importante parece ser a altura e espessura da parede óssea vestibular, que permanece após a colocação do implante.
Para Wang et al. (2013), o objetivo deste estudo é avaliar os efeitos ópticos da cor da gengiva artificial cerâmica na coroa na área cervical. Trinta e uma coroas de cerâmica de tons diferentes foram utilizadas neste estudo, com seis diferentes cores gengivais artificiais. Usando um espectrofotómetro (Crystaleye1 Olympus, Japão), medimos a sombra das coroas em áreas cervicais com cada um dos seis diferentes tipos de gengiva artificiais. Foram comparadas a correlação da cor artificial gengival com a cor da coroa. Foi concluido que diferentes cores de gengiva artificial geraram diferenças clinicamente detectáveis de sombra na região cervical de coroas cerâmicas.
Geary e Kinirons (1999) comentaram que a harmoniosa combinação de cores de uma restauração ou prótese à dentição remanescente, particularmente na região anterior, é de primordial importância para muitos pacientes. Esta procura de excelência estética levou à substancial pesquisa e desenvolvimento de materiais da cor do dente natural, que não só desafiam a detecção na boca inicialmente, mas permanecem discretos por muitos anos.
O objetivo deste estudo foi comparar discos de cerâmicas confeccionadas pelo técnico em prótese com uma escala de cor VITA. O autor chegou à conclusão, depois de comparação entre os disco e a escala, de que dos 32 discos confeccionados, 14 tiveram coincidência entre os tons da escala e os discos, e os restantes tiveram diferenças. Conclui-se que depende do técnico para que encontre o tom ideal.
Tuna et al. (2012) afirmaram que as lesões traumáticas podem causar deficiências anatômicas em tecidos moles e duros. Esses defeitos resultam, muitas vezes, na perda de mucosa aderida e processos alveolares. As próteses devem substituir não só os dentes perdidos, mas também tecidos moles e osso.
Para Garber (1995), da mesma forma que no início dos anos 1990, a Implantodontia evoluiu de uma abordagem exclusivamente cirúrgica para uma abordagem direcionada à restauração dental, nosso paradigma restaurador está convergindo em direção a uma terapia direcionada à restauração previsível do complexo dentogengival, intitulada como “deixe a restauração dentogengival ser a guia”.
Segundo Coachman et al. (2008), se a opção pela restauração protética dentogengival for considerada e adotada desde o início, principalmente naqueles com significativa perda óssea vertical ou deficiência de papila, os resultados estéticos e funcionais tendem a ser significativamente melhores do que quando esta opção é utilizada como último recurso.
Para Salama et al. (1998), procedimentos cirúrgicos para o restabelecimento da arquitetura tecidual têm sido desenvolvidos, estudados e indicados com alto grau de sucesso, durante os 15 últimos anos, tentando solucionar diversas deformidades teciduais de arco dentário. Determinados casos, porém, apresentam prognóstico incerto, com dificuldades para se obter uma recuperação plena da anatomia tecidual após múltiplos procedimentos regenerativos de tecidos duros e moles.