Resumo
Nos últimos 50 anos, a Implantodontia evoluiu para proporcionar tratamento previsível e de longo prazo com muitas vantagens biológicas e mecânicas com tratamentos convencionais fixos e removíveis sobre implantes (FARAWATI et al., 2019). Desta forma, o conceito de estética tem sido considerado um fator dominante no desenvolvimento desta área e abrange além da anatomia do dente a ser substituído, a aparência saudável e harmônica dos tecidos ao redor dos implantes (HASSUMI et al., 2014).
Quando se trata de estética em implantes imediatos na região anterior, observa-se um grande desafio, o qual possui influências de um conjunto de fatores que se inicia no planejamento dos casos clínicos com previsibilidade a longo prazo e sob controle. Para o sucesso deve-se levar em consideração as estruturas que estão em íntimo relacionamento com a mucosa peri-implantar, tipo de sorriso, topografia óssea do espaço edêntulo, posição do implante, dentes remanescentes adjacentes, antagonista, antecipado conhecimento do tipo de restauração e acima de tudo a saúde das estruturas que circundam o dente que será reposto sobre o implante (BOTTINO et al., 2006).
Embora existam elevados índices de sucesso da técnica de implantes imediatos, muitos investigadores reportaram que a colocação tardia dos implantes após o período de cicatrização dos alvéolos está associada ao maior índice de remodelação e reabsorção vertical e horizontal da crista óssea, bem como a redução dos tecidos mole, como a papila interproximal, tornando a resolução estética do caso dependente na maioria das vezes de técnicas reconstrutoras de tecidos duros e moles. Portanto, apesar da técnica dos implantes pós-exodônticos ou implantes imediatos ter sido descrita há algum tempo, apenas nos últimos anos que vem ganhando destaque na rotina clínica. Isto se deve em grande parte aos bons resultados relatados na literatura para esta técnica, sendo a manutenção dos tecidos moles adjacentes e o tempo clínico reduzido os principais preceitos para a utilização de implante imediato, principalmente em áreas estéticas (JARDIM et al., 2011).
A definição de perfil de emergência foi evoluindo ao longo dos anos, tendo sido inicialmente introduzido por Steine Kuwata, em 1977, para descrever o contorno dos dentes e das coroas ao longo dos tecidos moles: no sentido ascendente à área de contato interproximal (no plano sagital) e a altura do contorno vestibular e lingual (no plano transversal). Atualmente, o perfil de emergência foi definido no glossário dos termos protéticos como sendo “o esboço de um dente ou restauração (tanto numa coroa sobre um dente natural ou um pilar de um implante) e a sua relação com os tecidos adjacentes” (DRAGO, 2014). Chee e Jivraj (2006) conceituaram o perfil de emergência como o ângulo entre o pilar de cicatrização e a sua projeção a partir da superfície do implante.
A reparação dos tecidos moles por meio das cirurgias mucogengivais como enxerto de tecido conjuntivo pode ser necessária para alcançar melhores condições para higienização, estética e saúde dos tecidos periodontais e peri-implantares. Por conseguinte, a recuperação estética do sorriso envolve o bom senso do profissional e este deve avaliar qual a expectativa e o senso estético do paciente, uma vez que a arquitetura do sorriso forma-se a partir da harmonia de todo um conjunto. Desta forma, é necessário um planejamento criterioso, com o objetivo de visualizar antecipadamente os resultados da terapia a partir de análise de modelos de estudo, dados clínicos e radiográficos (HASSUMI et al., 2014).
O objetivo do presente trabalho foi apresentar um caso clínico da reabilitação com implantes dentários nos dentes 23 e 24 demonstrando a estética peri-implantar por meio do perfil de emergência e ainda foi considerado outros fatores de risco decisivos para o sucesso da colocação de implantes em área estética.