Resumo
A reabilitação por meio de implantes osseointegrados visa manter a integridade das estruturas nobres intrabucais, propiciando ao paciente o retorno à funcionalidade do sistema estomatognático e fonético, bem como recuperar a estética (NAGAPPA et al., 2016).
Com o intuito de garantir um correto posicionamento do implante, bem como o sucesso na confecção da prótese, o profissional deve realizar um bom diagnóstico da área onde o mesmo será instalado e levar em consideração o tipo de prótese que será usada. Desta forma, por meio de um planejamento retrógrado, avaliamos previamente possíveis intercorrências pré e pós-cirúrgicas passíveis de serem contornadas e/ou esclarecidas ao paciente, de forma a obter uma boa previsibilidade do caso (AMOROSO et al., 2012). Para tanto, utilizando-se de um minucioso exame clínico do tecido ósseo e tecido mole, exames de imagens apropriados como radiografia panorâmica, tomografia computadorizada (ZORZAL et al., 2011; SILVA; REBELLATTO; FERNANDES, 2013; CARRARO; SANTOS, 2014) e valendo-se como apoio dos modelos de estudo montados em articulador para avaliar com detalhe a dimensão vertical de oclusão (DVO) e relações oclusais do paciente, relação do espaço edêntulo com os tecidos circunvizinhos, enceramento diagnóstico que poderá ser utilizado para confecção de um guia cirúrgico estável e rígido, orientando na instalação do implante em posição proteticamente favorável e/ou uso de modelo de prototipagem, o profissional tenderá a instalar implantes no local e com inclinação correta, permitindo o posicionamento da prótese de forma favorável, bem como o direcionamento axial das forças mastigatórias (AMOROSO et al., 2012; TENÓRIO et al., 2015).
Por outro lado, algumas situações podem influenciar o posicionamento do implante para que o mesmo siga o alinhamento planejado como a posição do canal mandibular e a proximidade com o seio maxilar. Essas dificuldades podem, em alguns casos, ser sobrepostas com procedimentos cirúrgicos corretivos previamente à instalação do implante, como: enxerto ósseo, levantamento de seio e até reposicionamento do nervo alveolar inferior (EGER; GUNSOLLLEY; FELDMAN, 2000; GONÇALVES et al., 2008; BORTOLUZZI et al., 2014; REIS; CALIXTO, 2015). Há, ainda, casos em que o profissional se depara com implante instalado em regiões com limitações anatômicas como consequência de trauma ou reabsorção óssea devido à doença periodontal prévia (ASAWA et al., 2015) e há situações em que o implante foi instalado sem o planejamento protético retrógrado.
Nestes casos em que o implante foi instalado previamente ao planejamento protético, em local inadequado, sem alinhamento com o posicionamento dos dentes no arco, algumas compensações protéticas podem ser utilizadas para corrigir a angulação da prótese e viabilizar a sua confecção sobre o implante sem comprometer o resultado final quanto à função, viabilidade de higienização e estética (PAULINI et al., 2015). O profissional poderá utilizar-se de componentes protéticos angulados pré-fabricados que foram desenvolvidos com diferentes angulações (BAHUGUNA et al., 2013; SANTOS et al., 2015) e/ou pilares UCLA (Universal Castable Long Abutment) que podem ser esculpidos e fundidos dando o correto eixo de inserção da prótese (GOIATO et al., 2015) e ser utilizados em próteses unitárias ou múltiplas, parafusadas ou cimentadas. Uma outra característica desse intermediário é que ele pode se apresentar em formato rotacional e antirrotacional (CYRÍACO; SALVONI; WASSALL, 2007; VERRI et al., 2015).
Este trabalho tem como objetivo, relatar um caso clínico que apresenta como opção de tratamento o uso de pilar UCLA (cromo-cobalto) para compensar o mau posicionamento do implante, corrigindo o alinhamento disto-mesial e vestibulo-lingual da prótese.